sexta-feira, 6 de julho de 2012

Em prol da vida materna


Eu sei que muitos vão querer me apedrejar, e eu sofrerei igual aquelas mulheres no Irã. Mas ponto de vista, realmente é ponto de vista. Algo único e pessoal. Alguns concordam, outros torcem o nariz. Pois eu digo, sou a favor do aborto. Poderia muito bem concordar com o senso comum, de uma maneira romântica, dizendo que sou contra. Porém, não o fiz. Um assunto delicado e que muitas vezes não sabemos de que lado analisar essa questão.

Em épocas remotas, a igreja teve o poder em suas mãos, para fazer e desfazer do que quisesse. A longo da história, esse poder ficou entre a igreja e o chefe de Estado. Ambas tomavam decisões no futuro da nação. Hoje em dia, apesar de termos um chefe de Estado, ainda carregamos heranças passadas, e a igreja ainda opta em algumas coisas da nossa vida social, não abertamente como era no antes. Lembrando que quando digo igreja, ela é a Católica. Outras religiões não tem esse poder no Estado, são de intuitos particulares, ao contrário dessa. E é justamente quando chega aqui que tudo se complica.

A igreja Católica ela é totalmente contra o aborto, até mesmo do métodos anticoncepcionais e o uso da camisinha. Tem até uma frase na bíblia que diz "Não matarás o fruto do ventre por aborto, e não farás parecer a criança já nascida" (Didaché 2,2). Ou seja, ela é contra, e sempre vai ser. Mas ela vem perdendo a sua força, pois, temos um crescente número de devotos de outras religiões, e até mesmo, os tempos são outros. O governo analisando por um lado social, ele dá os seus jeitos.

Em abril desse ano, houve a aprovação da lei de interrupção da gravidez de anencéfalos, visando que esse tipo de gravidez pode muita vezes não chegar ao final, e quando chega, bebês anencéfalos não tem muito tempo de vida. Gerando um constrangimento psicológico para a mãe, e não querendo ser realista demais,  gastos ao governo. Não esquecendo que o aborto também já é legalizado, em caso de estupro ou risco de vida da mãe.

Ao contrário do que muitos acham, a legalização do aborto, não é para incentivar essa prática. Mas sim, para prevenir a morte de muitas mães. Milhares delas morrem tentando fazer aborto no método doméstico, como pulando de escadas, ou em clínicas clandestinas aonde a higienização é precária, e muitas vezes são feitas por pessoas não profissionais e o procedimento é incorreto. Essa prática vem contribuindo cada vez mais para o comércio ilegal. 

Um outro motivo para a legalização, seria em relação as condições financeiras. Devemos lembrar que estamos em um país aonde a classe pobre é dominante. Muitas mães geralmente não tem condições para criar os seus filhos, o que gera um outro comércio ilegal, a venda deles para sobreviver. As que não fazem isso, geralmente ficam com seus filhos, morando em condições precárias, sem ter o que dar de comer a eles. E assim, sobrevivendo com o Bolsa Família, valor que não passa de um quarto do salário mínimo, para o mês inteiro. E tem aquelas que abandonam seus filhos na rua. Crueldade para mim é tudo isso, e não dizer que sou a favor.

Ao contrário de outros tempo, o livre arbítrio é uma das coisas conquistadas pela humanidade. Hoje em dia as pessoas tem mais acesso as informações, liberdade para decidir o que quer, e mais consciência também. E a mulher, tem sim, o direito de fazer aquilo que quer com seu corpo, e da sua vida. As pessoas veem o aborto de uma forma muito errônea. Coisa de outro mundo, bicho de sete cabeças, ou sei lá o quê. Deixando claro, que ninguém é obrigado a isso. Tem muitas pessoas que acham que vai ser um pandemônio a aprovação da lei, mas não devemos ser radicais demais. Isso é apenas para amenizar a quantidade de mortes maternas. Com a legalização e uma boa educação, os eixos com toda certeza, se alinham.

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