segunda-feira, 2 de julho de 2012

E agora? Quem é que vai nos salvar?

A onda agora é salvar o planeta. Perdi a conta de quantas vezes ouvi falar ultimamente do tal "Rio +20". Nos jornais mais conceituados, todos os dias, vem um caderno especial somente desse assunto. Na internet, parece a febre do momento. Nos telejornais, sempre se fala um pouco que seja. Toda vez que eu ouço, ou leio a respeito, me dá a impressão de que realmente virá um super-herói para salvar o planeta. Tipo aqueles do Marvel Comics. Sim! O Homem-Aranha, o Capitão América, o Hulk, o X-men, ou até mesmo o Quarteto Fantástico. Será que o Quarteto Fantástico resolveria todos os problemas do planeta, ou melhor, todos os heróis de Marvel juntos?

Fantasias a parte. Não sei o que vocês que estão acompanhando pensam a respeito. Mas, tudo isso me associa àquela música do Ivam Lins, abertura do "Criança Esperança", da Rede Globo, "Depende de nós". Muitos que tem uma certa idade, saberão qual é, não que eu seja velha, mas é essa: "Depende de nós / Que já foi ou ainda é criança / Que acredita ou tem esperança / Quem faz tudo pra um mundo melhor...". Logo lembro da ONU (Organização das Nações Unidas) promovendo a paz mundial. Daí você me pergunta. E o que uma coisa tem a ver com a outra? Justamente, tudo parece lindo e maravilho, no ato da discusão. Um encontro de gente grande. Um monte de blá-blá-blá, que porta afora perde o seu sentido.

Agora em junho, o texto final do Rio +20 foi entitulado como "The future we want", ou melhor, traduzindo, "O futuro que queremos". Estipulando metas de desenvolvimento sustentável em diferentes áreas, para que gerações futuras não sejam prejucados pelos nossos atos de "vandalismo" contra a natureza.

Algumas negociações foram estipuladas, como o CBDR (Respinsabilidades Comuns Mas Diferenciadas), com a intenção de que países ricos financiassem o projeto, mas esses queriam vetar essa possibilidade do documento. Uma outra coisa, seria o fortalecimento do PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), que tem como objetivo coordenar as ações internacionais de proteção ao meio ambiente, promovendo um desenvolvimento sustentável. Mas não explicaram extamente como. O oceano também não ficou de fora, a UNDOS (Convenções das Nações Unidas sobre o Direito do Mar) como forma de regulamentar as águas internacionais, adotando um uso sustentável e de conservação do mar. E por fim, a ODS (Objetivo de Desenvolvimento Sustentável), que estipula metas a serem alcançadas no ambiental, social e política, mas que não foram definidos objetivos. Prorrogando para 2013, para entrar em vigor em 2015.

Algo parecido aconteceu em um grande evento, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, em 1992, na cidade do Rio de Janeiro, ficando conhecido como Eco 92 ou Rio 92. Discutindo sobre a biodiversidade, mudanças climáticas, pobreza e miséria. Resultando no Protocolo de Kyoto, em 1997, que o principal objetivo seria a redução de emissões de gases causadores do efeito estufa. Deixando claro, que os países que mais poluem, ficaram de fora do projeto. Dessa forma, 20 anos se passaram, e nada foi conquistado para a vida de futuras gerações.

Lembrando que o primeiro grande evento a respeito foi a Conferência de Estocolmo, em 1972, na Suécia. Esse visava a preservação do meio ambiente, para um controle da poluição do ar, em virtude da crescente industrialização. Assim, 40 anos se passaram, e a situação é cada vez pior.

Ou seja, é muito glamour para pouca coisa. Parece tudo muito vago, sem objetivos. Sem definições. Ninguém quer tirar a mão do bolso. Sendo tratado como algo supéfluo. Tudo infindável. Pois é, meus caros leitores...E agora? Quem é que vai nos salvar? E assim, volto com a outra parte da música de Ivan Lins "...Depende de nós / Se esse mundo ainda tem jeito / Apesar do que o homem tem feito / Se a vida sobreviverá...". 

Nenhum comentário: